Visualizações de página do mês passado

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Minha Alva

Meus olhos já negros, profundos. Órbitas ocas, buracos imundos. Já foram algo belo além das cavidades que hoje são, um belo castanho que olhava com desdém e depreciação. Certas vezes cheios de malícia, com um brilho indistinto, ganho da erva, hortaliça. Certas vezes, ah! E foram quantas vezes? As que chorei, as que menti para que apenas um beijo doce pudesse ganhar de ti? E hoje depois da necrosa, da terra e do verme tenho a face lisa e fabulosa, branca e com um intérmino sorriso de dentes amarelos que já não mais preciso. Mitiguei as dores do mundo, todas dentro de mim por um único segundo, antes que a eterna noite caísse, e quando a verdade de tudo a mim veio, antes que saísse, a eterna noite sobre mim abriu teu seio para que a verdade se omitisse.

Erick Silva.