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segunda-feira, 18 de maio de 2015

Como duas almas tão...

distantes
se conhecem tão bem?
e veem no outro seu espelho
o oposto igual, apenas invertido
olhares de silêncios tensos,agudos

tão ingenuo... o reflexo engana
devotos sejam, do esplendor que emana
tão real é a ilusão
o corpo cria o que é desejo
e antes de morrer coeso
se mostra ele ser inalterado

                  ***

e nus ficamos e eu mais
ficando aos poucos pra trás
mostrei-me, fiz-me carne

                  ***
tão nebulosos pensamentos...
sugira da nudez vergonha,
uma mancha em lençóis invisíveis,
nodoa no reflexo sem penumbra,
coloca a alma em pranto
juntando pedaços irascíveis

nasce um novo elo inquebrável
quebrar o espelho inescrutável
lado-a-lado à própria imagem...
tão inversa, tão real
que bebe do tempo a verdade
e apenas se repete por vaidade.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

eis que o papel dobrado detesta a caneta
relutante abre-se para que o fluido o manche
A caneta sedenta instila-se em seta
para que o fino papel as dobras desmanche

tolo papel, findo o ato
assinado está em contrato
consolida poder à tinta que lhe atravessa
e deitado permanece, disposto em sua travessa

bem servida a ponta, sempre cheia de tinta
esbanja-se consumindo do papel todo o espaço
o papel conhece a idade, mas antes que sinta
do que fora é agora apenas um pedaço

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Dialoguês
Dicionário

Cornetar: neo. ver. Sig: reclamar; protestar;
reivindicar; ex:

"Eu quero fazer silêncio
Um silêncio tão doente
Do vizinho 'cornetar'
E chamar polícia e médico
E o síndico do meu tédio
Pedindo pra eu cantar"

Fco. Buarque de Hollanda

Gíria usada nas ondas da internet
Xadrez Verbal
https://www.youtube.com/watch?v=QcyfQML7HIE

                                                                  Erick Silva

sábado, 21 de março de 2015

segunda-feira, 16 de março de 2015

Não somos o futuro...
Minto!
Somos o passado repetido
Fragmentos esparsados
Brincando de ser - sinto
o futuro que se houvera ser...

Somos o futuro... digo...
de que, futuro?
hei eu de ser você senão agora?
se não, me diga quando chegar...
quando chegar a hora.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

sou eu
sem nome
sem rumo
com fome

eu nu
eu só

meu céu
meu ar
mar meu
nada

do pó
ao pó

terra há
há nada
nem ar
enfim
fim

j. e. silva

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

um, dois...
                        três
Mergulhei, nem vi se era fundo
mergulhei, era mundo...
de quem?
não sei
tive uma confirmação vaga e absurda

e o que tinha no meio?
não sei, me pareceu um jogo
detesto ganhar quando me deixam
mas ganhou?
não sei!

continuo nadando
faz bem, quem sabe ganha
se tiver o que ganhar!

pois se já mergulhou e é jogo,
há de haver o que ganhar!

quem sabe
quem sabe vida?
quem sabe mar?

para que existem as grandezas?
se uns querem que percebamos quão
pequenos somos,um_pálido_ponto_azul
outros fazem de nós grandes, enormes

de dentro pra fora
do externo para o interno

que ser então, se não nos dão
meio termo?

se um dia somos reis de uns
outros somos o apêndic (e)
arrastados para infernos longuinhos

onde    mesmo    um    pequeno
anjo    longe    do    paraíso
parece... tão... confortável

e que saber nesta linha?

que importa nesta outra?

nada é certo, nem 1+1 é 2
exatamente... cansei, não penso mais
e você... que anda fazendo?

j.e. Silva

sábado, 20 de dezembro de 2014

bem mais que as almas que vão ao céu
tesouros,guarda nos pés do caminho
no labor com os que trata... o acha
... e tanto, e tanto, e tanto a mim teve

grato como a tinta sob a pena e a mão
fui poema de tua gentileza...
sobre o papel,eu escrito em seus traços
... e se volta beleza, é gratidão

(mesmo mestre em meneios em meio
as tintas, não é possível que descreva
com qual beleza me fez poema).
roubei do poeta estas mãos que te dei...
... e escreveu me de todo tão bem.

j.e. silva

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Buraco

Abismo fundo, imundo
Triste, obscuro
Que faz do barro parte do mundo
Cansado e vagabundo

Por que ainda me aterrorizas?
Queres tu a minha vida, num suicídio
Sem despedida?
De coisas mal resolvidas
Com certeza são essas lembranças atrevidas
Que fazem da minh'alma comida
Que caminha ainda desconhecida

Sim, ainda estou aqui num rio raso
Mal falado, dopado e ainda encantado
Pelo teu feitiço falso
Condenado! Sim, este é o meu atual estado
Mesmo assim continuo caminhado
Aterrorizado esquecendo os terrores dos amores do passado.

Jack Jones 
Estudante de Economia da UERN/CAMEAM