A Phoenix do vale
O que carrego em alta estima foi transformado em cinzas
As chamas desfiguram as linhas definidas quando crepitam
Queimam e ardem com o impacto de palavras concisas
Sobre cada lamento de vida as línguas de fogo se precipitam
Nada sobra por onde passa o senhor das chamas ardendo
Nem mesmo meus mais íntimos segredos lhe escapam
Meus pássaros que voavam em meio ar foram aos poucos
descendo
De suas penas nada restou e seus cantos melodiosos cessaram
E depois do fogo passado as cinzas dançam ao sabor do vento
E um silvo louco ecoa persistente declamando lamentos
Durante a tarde purpura cheia de carvão espalhado no chão
Agora é hora de sair do punhado de cinzas contido na grade
mão
É hora de bater as asas de volta rumo ao céu noturno
E romper o silencio imposto pelas sombras do vale taciturno
Erick Silva