Oisive jeunesse
À tout asservie;
Par délicatesse
J' ai perdu ma vie.
Ah! Que le temps vienne
Où les coeurs s' éprennent.
Je me suis dit: laisse,
Et qu' on ne te voi:
Et sans la promesse
De plus hautes joies.
Que rien ne t' arrête
Auguste retraite.
J' ai tant fait patience
Qu' a jamais j' oublie;
Craintes et souffrances
Aux cieux sont parties.
Et la soif malsaine
Obscurcit mes veines.
Ainsi la Prairie
À l' oubli livrée,
Grandie, et fleurie
D' encens et d' ivraies
Au bourdon farouche
De cent sales mouches.
Ah! Mille veuvages
De la si pauvre âme
Qui n' a que l' image
De la Notre-Dame!
Est-ce que l' on prie
La Vierge Marie?
Oisive jeunesse
À tout asservie
Par délicatesse
J'ai perdu ma vie.
Ah! Que le temps vienne
Où les coeurs s' éprennent!
Canção da Torre Mais Alta
Ociosa juventude
De tudo pervertida
Por minha virtude
Eu perdi a vida.
Ah!Que venha a hora
Que as almas enamora.
Eu disse a mim: cessa,
Que eu não te veja:
Nenhuma promessa
De rara beleza.
E vá sem martírio
Ao doce exílio.
Foi tão longa a espera
Que eu não olvido.
O terror, fera,
Aos céus dedico.
E uma sede estranha
Corrói-me as entranhas.
Assim os Prados
Vastos, floridos
De mirra e nardo
Vão esquecidos
Na viagem tosca
De cem feias moscas.
Ah! A viuvagem
Sem quem as ame
Só têm a imagem
Da Notre-Dame!
Será a prece pia
À Virgem Maria?
Ociosa juventude
De tudo pervertida
Por minha virtude
Eu perdi a vida.
Ah!
Que venha a hora
Que as almas enamora!
ARTHUR RIMBAUD
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sábado, 17 de novembro de 2012
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Primeira carta ao domador do tempo
Jaz aqui o tempo de outrora
Esse momento, já não é mais agora
Fica suspenso no ponteiro dos segundos
No fugaz suspiro de um instante mudo
Eu sou o ontem, e hoje sendo,
Mas amanhã serei?
Que provas terei?
Chronos continua ainda me vencendo
Puseram na lápide de meu jazigo
Sentimentos que o hoje não me permite ter
Mas antes no momento que pude nada primei ser
E em meu póstumo momento divido contigo
Antes que o sono fúnebre venha te abraçar
No ponteiro dos segundos balance-se
Disse um profeta que para tudo há um tempo
Mas com isso só não me contento
Estando aqui a questão
Então porque não?
Nem é tão difícil de resolver
Para cada momento basta querer
Erick Silva.
Dedico essa poesia a amiga Rafaella Pereira da cidade de Portalegre-RN que logo mais no dia 15 de novembro estará completando 20 aninhos. Que você ganhe mais sabedoria nesse novo ano que você agora tem pela frente, e seja sempre assim, simpática, alegre e extrovertida. Um beijão!
Esse momento, já não é mais agora
Fica suspenso no ponteiro dos segundos
No fugaz suspiro de um instante mudo
Eu sou o ontem, e hoje sendo,
Mas amanhã serei?
Que provas terei?
Chronos continua ainda me vencendo
Puseram na lápide de meu jazigo
Sentimentos que o hoje não me permite ter
Mas antes no momento que pude nada primei ser
E em meu póstumo momento divido contigo
Antes que o sono fúnebre venha te abraçar
No ponteiro dos segundos balance-se
Disse um profeta que para tudo há um tempo
Mas com isso só não me contento
Estando aqui a questão
Então porque não?
Nem é tão difícil de resolver
Para cada momento basta querer
Erick Silva.
Dedico essa poesia a amiga Rafaella Pereira da cidade de Portalegre-RN que logo mais no dia 15 de novembro estará completando 20 aninhos. Que você ganhe mais sabedoria nesse novo ano que você agora tem pela frente, e seja sempre assim, simpática, alegre e extrovertida. Um beijão!
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Soá Como Adeus
Hoje eu matei o amor, arranquei as pétalas da flor e o colibri jamais virá seu néctar beber novamente, eu destruí a semente, as possibilidades de uma nova realidade, uma nova identidade. Agora a lama está sujando minhas botas, minhas calças, minhas mãos. Sangue é lágrima, lágrima é dor, dor do sentimento que acompanha cada batimento do sagrado coração, do apaixonado, agora dilacerado, por palavras destruído, agora entregue ao ruido dos pensamentos do passado. Hoje eu matei o amor, amor que devia ser amado.
Erick Silva.
domingo, 4 de novembro de 2012
Ser diferente
Ser diferente é triste, é ser
sozinho, é ser um estranho no ninho, os gametas que me formaram foram
fragmentos de estrelas perdidas que vagam infinitamente no espaço atravessando
ignorância, aversão, violência, credo, corrupção. E no ápice de tudo isso como
uma masturbação cujo gozo transcendente é como que regurgitar de volta tudo
aquilo que me foi mostrado. De forma febril toda essa angustia que se vê
claramente circulando cegos pelas avenidas, ver como se sentem grandes quando
não passam de formigas e não se reconhecem nem mesmo em frente ao espelho que a
alma lhes impõe, é triste ser diferente, é ser sozinho, é como ser um estranho
no ninho. Passar pelo grande poço de desejos e dele não se deliciar é ser
hipócrita, mas deixa-lo se apossar de minha alma é ser tolo, ser corrompido
pela lascívia de poucos devaneios que entorpecem a percepção de desgraça que
corrompe os corações e viver um reflexo de uma pintura inconsistente que muda
sua forma por conveniências unilaterais. Ser diferente é triste, é ser sozinho,
é ser um estranho no ninho, é como ser um menino ou um velhinho onde o ser é
não ser, pois o ser já não vive, convive com a torpe trupe de patetas engomados
enquadrados. Que ‘deus’ os abençoe. Por que para mim, ser diferente é triste, é
ser sozinho, é ser um estranho no ninho.
Erick Silva
Erick Silva
Lamentos da Alma
Nada estava perfeito, nem mesmo
as estrelas sustentadas pelas plumas dos querubins, nem mesmo a lua cintilante
que resplandecia por sobre o monte, nada estava no lugar, nem deveria estar...
Sob meus pés as folhas secas estalavam ruidosamente enquanto meu corpo
principia a queda. As lágrimas; o grito; A saudade: do abraço, do beijo. Já
louco de desejo. Nunca meus demônios pareceram tão gentis, tão afáveis, tão
febris que meu amargo virou doce e de minha boca todas as belas e pequenas aves
vinham beber... Meu peito inflado fulgurava um coração cheio de brilho que
batia desequilibrado: um relógio, um pêndulo descompassado. O farfalhar de meus
pensamentos, sensíveis, doídos, psicodélicos giravam em torno de mim tão
claramente que eu podia vê-los falar comigo num turbilhão de lamentos
descontentes, muitas aves com seu bico ainda melado da seiva doce que lhes dei
tentavam me salvar, o que elas não sabiam é que era ali que eu queria estar, a borda do abismo suplica minha companhia, e ele deseja que conversemos, eu o
ofereço minhas dores, e ele a mim sua profundidade... Para que não me perca no
desejo de cair, nessa conversa me preservo, e dele escondo os desejos de meu
coração, me afasto e olho novamente as estrelas, percebo mais uma vez que nada
está perfeito, nem deveria estar, não se eu não te encontrar.
Erick Silva
Erick Silva