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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Tens para mim palavras de conforto, Tão doces são elas. Me afogo na ternura de seus beijos, São eles suaves como uma borboleta pousando numa flor qualquer, porém trêmulos.

Em dias de tormenta só sua presença me acalma. Há momentos em que o mundo some, só restando nós dois, o que é suficiente para mim. O som da sua voz é um tipo de êxtase, invade meus ouvidos como as ondas na areia da praia.

Não me abandones que não te abandonarei. Cultive esse amor que plantamos, só assim ele florescerá. Me ame incondicionalmente que te amarei bem mais do que possa imaginar.

Natallia Oliveira


domingo, 24 de novembro de 2013

Oleiro

Quando és tu escravo de si mesmo e como vaso esmo, jogado ao chão em migalhas fadado, então, as falhas! É que num sóbrio delírio de equilibrar-se, teu ébrio destino viera a conspurcar-te, e uma magoa cinzenta afaga teu coração, uma nodoa que afugenta e apaga teu quinhão. Queria lavar-te a alma, que tremia, afagar-te com toda calma e sentir-te! Se sois vós entre cacos o barro, pois, no ventre das mão entre os nós te agarro e de caco em caco te construo em novo jarro!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Amigo do tempo

Tempo, faço um acordo contigo, e antes que me leve embora, torna-se tu meu abrigo? Serei de ti escravo fiel, tanto que me adocem a boca ou que me arda em fel. Prometo lhe deixar para trás o que por ti foi tomado e esperar o porvir que por ti é guardado. Lhe peço na angustia: se passe como vento e na alegria como infindo momento. Vos guardarei em memoria uma linha da história de vida que fizeste minha. Que o momento de agora tu leves embora para que amanhã quando a noite der hora, meu doce momento tarde a passar venerando uma flor ao luar. Tempo, tempo, tempo, sê-de contudo ainda promiscuo, vos mistura a imensidão do vácuo e quanto mais me agarro a ti mais me vejo que parto e mesmo de tua usura estando farto eis a proposta que faço a ti: contenta-me enquanto aqui e quando vier meu suspiro apagar irei contigo sem nada reclamar.

Erick Silva

domingo, 11 de agosto de 2013

É isso

nada vem assim
vindo como sim
aquele devagar
aquele pra vagar

nada é tão ruim
ruim como o fim
sempre vai chegar
nunca vai parar

enquanto isso o mundo
esse tão imundo
não para nem por um segundo

só para a vida, devagar
e para essa curta não parar
vou apenas parar de reclamar

Erick Silva

domingo, 28 de julho de 2013

eLa

Nada à janela, nada que era ela.
Nada na estrada e eu ficava
Como nada se espera e nada restava
Eu estava na estrada ao lado da janela
Esperando se passava a vida que era bela
Sentado na calçada olhava pra janela
E na vida da favela nada impressionava
Eu só ficava na calçada pra ver se ela passava
Além da estrada eu vi algo e me chamava
Não fui, fiquei com medo daquele reza vela
Só havia sobra na qual nada se revela
Esperei a noite inteira e enquanto madrugava
O sol do leste já vinha e tudo clareava
Ah, e junto com o sol era ela que chegava
Nada à janela, nada que era ela
Mas na rua ela passava.

Erick Silva

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Mais uma de amor

O amor é como uma droga qualquer
de tanto sentir
uma dia nada mais se sente
não adianta insistir
por mais que se tente
só se sente novamente
depois de perder o que quer.

Erick Silva

“Ressentimento”

Não tenho mais palavras,
não tenho mais as fecundas.
Espero somente a deslavra
das primeiras palavras imundas.

Já todas foram ditas,
secou de tudo minha fonte.
Só restam as malditas,
as poucas que cruzam a ponte.

Não tenho mais palavras,
não quero mais ter
São todas elas escravas,
não quero mais ver.

Erick Silva

domingo, 12 de maio de 2013

Nota de desculpas

Venho, meus amigos, pedir-lhes desculpas por ter fechado o blog sem prévio aviso. peço desculpas aos que gostam do meu trabalho e acompanham assiduamente meus escritos. Estive passando por uns momentos difíceis e minha criatividade havia de tudo me abandonado, mas creio que agora estarei apto a escrever periodicamente pelo menos uma vez por quinzena. A todos as minhas mais sinceras desculpas.

terça-feira, 19 de março de 2013

Falando com os mortos

No meio da escuridão emergente, tenho em meu coração pequenos resquícios de um desejo latente. Sobre mim caem como balsamo, olhos que convergem do tálamo da escuridão levando embora tudo em um turbilhão. O desejo que descobri ficou só, na negra imensidão. Era tão pequeno e belo, tão inalcançável meu desejo singelo. Ah que devassa e assombrosa aquela imagem a se propagar na noite misteriosa, aquela que minha alma enchia como se nada mais fosse que uma concha vazia. Tal imagem esvoaçava e desvanecia, em meio a pequenas gotas de luz se desfazia. Como num sonho talvez, pensei, mas não, não dessa vez. Era transcendente o momento que ali se aplacava sobre mim como um maldito unguento, me banhando de lembranças tristezas e lamentos. Meu choro mal contido, desconcertado, não fora despercebido naquele estado, e me veio a luz, que pequena e distante me conduz. Agora, aqui na luz que vejo casta, algo em minha mente como um nó desata: não era ela que me fazia falta? Oh, aquela escuridão que me maltrata. O terror que me angustia é não saber o rumo da pequena imagem que fugia.


Erick Silva