Ser diferente é triste, é ser
sozinho, é ser um estranho no ninho, os gametas que me formaram foram
fragmentos de estrelas perdidas que vagam infinitamente no espaço atravessando
ignorância, aversão, violência, credo, corrupção. E no ápice de tudo isso como
uma masturbação cujo gozo transcendente é como que regurgitar de volta tudo
aquilo que me foi mostrado. De forma febril toda essa angustia que se vê
claramente circulando cegos pelas avenidas, ver como se sentem grandes quando
não passam de formigas e não se reconhecem nem mesmo em frente ao espelho que a
alma lhes impõe, é triste ser diferente, é ser sozinho, é como ser um estranho
no ninho. Passar pelo grande poço de desejos e dele não se deliciar é ser
hipócrita, mas deixa-lo se apossar de minha alma é ser tolo, ser corrompido
pela lascívia de poucos devaneios que entorpecem a percepção de desgraça que
corrompe os corações e viver um reflexo de uma pintura inconsistente que muda
sua forma por conveniências unilaterais. Ser diferente é triste, é ser sozinho,
é ser um estranho no ninho, é como ser um menino ou um velhinho onde o ser é
não ser, pois o ser já não vive, convive com a torpe trupe de patetas engomados
enquadrados. Que ‘deus’ os abençoe. Por que para mim, ser diferente é triste, é
ser sozinho, é ser um estranho no ninho.
Erick Silva
Erick Silva
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